quinta-feira, 6 de junho de 2013

O que interfere no processo de democratização da escola

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Em Bom Jesus do Araguaia – MT, a escolha dos dirigentes escolares é feita através do voto da comunidade escolar, tanto rede estadual quanto na municipal.
O processo de democratização da escolha de diretores tem contribuído para se repensar a gestão escolar e o papel do diretor. Há uma tendência crescente de entender o diretor como líder da comunidade e como gestor público da educação, porém, o que percebemos hoje, são diretores muito comprometidos com o administrativo da escola e esquecendo-se do pedagógico.
O que encabeça o plano de ação do diretor é o pedagógico, no entanto, é comum passar os dois anos dos diretores sem estes se envolverem com a qualidade de ensino do alunado. Há uma lista de cobranças, entretanto, não há estratégias e nem apoio logístico e moral para se alcançar tais metas em parceria com a equipe de docentes.
A beleza das palavras Gestão Democrática nos causam desejo e até certeza de conquistas de liberdade, mas é preciso tomar cuidado para que esta “liberdade” não fique só no voto e sim nas ações e comportamentos de todos durante toda a gestão escolar. Paro afirma que “parece que o diretor consegue perceber melhor, agora, sua situação contraditória, pelo fato de ser mais cobrado pelos que o elegeram. Esse é um fato novo que não pode ser menosprezado. À sua condição de responsável último pela escola e de preposto do Estado no que tange ao cumprimento da lei e da ordem na instituição escolar, soma-se agora seu novo papel de líder da escola, legitimado democraticamente pelo voto de seus comandados, que exige dele maior apego aos interesses do pessoal escolar e dos usuários, em contraposição ao poder do Estado. Isto serviu para introduzir mudanças na conduta dos diretores eleitos, que passaram a ver e atender as solicitações de professores, funcionários, estudantes e pais” (PARO, 2001, p. 69).
A escola está fora de seu eixo que conduz ao trilho certo, porque há tanto discurso em qualidade e pouco se faz para alcançá-la. Coisas simples como ler/compreender e escrever não são dadas a devida atenção na escola. Nossos alunos do Ensino Fundamental são analfabetos funcionais. Não compreendem as atividades da escola, no entanto, compreendem muito bem o mundo além dos muros da escola. Não raro, nos dão shows de conhecimento e espertezas.
Daí, que eu pergunto: que paradoxo é esse que nosso aluno não compreende o simples que explicamos e entende o complicado lá fora sem ninguém explicar? Ou será que é porque não explicamos? Seria a relação professor/aluno? A simpatia? O compromisso tanto do aluno quanto do professor? A disciplina/respeito?
A Gestão Democrática, precisa se reafirmar e pisar no solo da responsabilidade “qualidade de ensino”. Caso contrário não haverá o porquê desta liberdade. Conforme Paulo Freire: “De nada adianta o discurso competente se a prática é impermeável à mudança.”
Profª Coraci Machado

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domingo, 2 de junho de 2013

Charges sobre Gestão X Democracia





Princípios e Bases da Gestão Escolar

 

Vídeo Sensacional!

Frases sobre Gestão Escolar


Quem trabalha com criação ou gestão da criação deve possuir a sensibilidade de entender que boas ideias (aquelas boas mesmo) não surgem através da pressão, ou seja, nada de acelerar o cérebro e forçá-lo a um insight acintoso. Não! Isso não funciona, o cérebro é poderoso, mas, é também birrento, só funciona a base do amor e paciência. Todos, absolutamente todos, devem entender que a ideia é um produto intelectual valioso.
O material escolar mais barato que existe na praça é o professor.

Todo professor precisa ser diretor e/ou coordenador no decorrer de sua carreira. Após a gestão escolar, sairá mais maduro quanto aos problemas gerais da educação e com mais maturidade pedagógica. Costumo brincar que quando saímos da universidade estamos prontos –  “a  massa cinzenta” – para  ir ao forno e, quando saímos da gestão escolar estamos prontos para alimentar um batalhão.
Profª Coraci Machado

Educar o povo, é caminhar com o novo e da história participar. É trilhar caminhos virgens e deixar as pegadas para que outros possam passar."
Profª Coraci Machado  – julho de 2004

Um bom chefe faz com que homens comuns façam coisas incomuns.

Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.

Basicamente, a Gestão significa influenciar a ação. Gestão é sobre ajudar as organizações e as unidades fazerem o que tem que ser feito, o que significa ação


O baixo nível escolar são formações homogêneas, e não haverá desempenho na produção educacional.


Para que a implantação de um Sistema de Gestão tenha Sucesso, é importante a integração dos processos aliada à tecnologia, o apoio do suporte, o treinamento e principalmente o envolvimento e dedicação
de toda a equipe da empresa.

Todo coordenador escolar deseja que o professor mantenha a porta da sala de aula fechada e os alunos quietinhos lá dentro, não importando o que esteja acontecendo, quanto menos trabalho ele tiver melhor, para ele, isso tem o nome de domínio de classe. Mas como dominar um organismo em greve de fome?


HARMONIA DO AMBIENTE ESCOLAR

Cecília Meirelles, em sua saborosa poética, assim escreve: "Ensinar é acordar a criatura humana dessa espécie de sonambulismo em que tantos se deixam arrastar. Mostrar-lhes a vida em profundidade. Sem pretensão filosófica ou de salvação - mas por uma contemplação poética, afetuosa e participante."
Quando se lê a educação com esse olhar de Cecília, parece que o dia-a-dia na relação professor-aluno é encantado. Muitos dirão que essa elevação afetiva só funciona no plano das idéias e que na prática se assiste a um aviltante processo de destruição das relações humanas.
A violência nas escolas se materializa em agressões verbais e físicas. O professor se sente vítima de um sistema que não o valoriza, portanto não o entende bem, nem o protege. Os alunos parecem prontos para a batalha. Padecem de amor e de limites. A ausência familiar se faz sentir na postura agressiva ou apatia em sala de aula.
Além disso, e talvez por isso, tentam disputar poder com os professores que, por sua vez, se deixam levar em um debate desnecessário. Há um axioma essencial na relação entre professor e aluno: autoridade harmonizada pelo afeto. O aluno precisa de limite e precisa compreender o papel do educador. O educador não pode impor sua autoridade, mas deve conquistá-la. Sem brigas nem ameaças. Sem histeria nem parcimônia. Com o respeito de quem sabe ensinar e aprender e de quem harmoniza as relações.
Há algumas dicas para essa relação harmoniosa. Evidentemente, são a experiência e a disposição do professor que farão com que ele toque na alma do seu aluno - sem isso não há educação. Entre essas dicas, algumas proibições. A primeira delas é que professor não pode brigar com aluno, mesmo que tenha razão. Se isso acontecer, parte da sala torcerá pelo aluno e a outra pelo professor, assim, ele deixa de ser referencial. A segunda: professor não pode colocar apelido em aluno. Terceira: não deve comparar um com o outro - é preciso lembrar que não há homogeneidade no processo educativo, mas heterogeneidade. Quarta: professor não pode se mostrar arrogante nem subserviente. O meio termo é amoroso.
E aí voltamos a Cecília Meirelles. A harmonia no ambiente escolar há de ocorrer quando se consegue quebrar a carcaça que envolve alguns alunos, pela falta de algo que deveria ter vindo antes. É esse sonambulismo, essa postura incorreta frente à vida e frente a si mesmo.
Trata-se de ajudá-lo a viver essa contemplação poética, ou, em termos aristotélicos, a buscar uma aspiração para a vida. Ou ainda em Paulo Freire, ajudá-los a desenvolver autonomia para sonhar.
Aí sim, o professor mostrará autoridade. Autoridade generosa de quem confia e cobra. De quem contrata no melhor sentido da palavra. E é nesse bom caminho que entra o afeto como instrumento de poder e participação. É do olhar do mestre que saem essas virtudes. O olhar que acolhe e que constrange quando necessário. O olhar que se faz cúmplice nas boas conquistas e que lamenta docemente pelo que se perdeu. O olhar que mantém o silêncio na sala de aula, sem gritos ou lamentações, mas que é capaz de chorar pela emoção de mais um aprendiz que encontrou seu caminho.
A harmonia no ambiente escolar não é uma utopia. É talvez uma tarefa complexa que exige o que de melhor podem dar os educadores: competência, coragem e muito, muito amor!


Revista Educacional, edição de setembro de 2007

Fazer o máximo para sempre ter a melhor visão sistêmica dos processos de gestão e da área comportamental faz parte integrante da minha rotina.

Quanto mais aprendo sobre gestão de pessoas e relações interpessoais, mais estou convencido de que devemos passar o maior tempo possível em isolamento.


Gestão de negócios deve ser entendida como sendo o resultado das ações aplicadas em três áreas distintas:
- A primeira está ligada às "pessoas". Um gestor Lidera pessoas.
- A segunda está ligada às "coisas". Um gestor Gerencia processos e materiais.
- A terceira está ligada ao "tempo". Um gestor Planeja o futuro.

Portanto, um Gestor precisa ter três Habilidades:
- Liderar pessoas com excelência;
- Gerenciar processos e materiais com eficácia;
- Planejar estratégias com eficiente visão de futuro.

Dessa maneira é simples entender que na Gestão das empresas pode existir gerentes eficazes que são péssimos Líderes e vice-versa; pode haver excelentes estrategistas e péssimos gerentes e vice-versa; etc.
Talvez o sistema industrializado escolar que temos no Brasil seria valido para uma batata Ruffles ou para uma caixa de Omo, a mente humana pensa livremente e atinge lugares inimagináveis.
Gerenciamento é substituir músculos por pensamentos, folclore e superstição por conhecimento, e força por cooperação.

Basicamente, a Gestão significa influenciar a ação. Gestão é sobre ajudar as organizações e as unidades fazerem o que tem que ser feito, o que significa ação

"Regra é, em primeiro lugar, gestão da vida quotidiana."


sábado, 1 de junho de 2013



Segurança nas escolas: eis a questão

Quando concordamos com a escola aberta, dando acesso a todos,  repleta de alunos e  pessoas da comunidade desenvolvendo atividades culturais e oficinas de forma a minimizar as desigualdades sociais, sem dúvida nenhuma  é uma imagem linda e democrática. Eu mesma já desenvolvi projetos nessa linha.  
No entanto, se lembrarmos do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira,  a primeira e urgente ideia é colocar o segurança mais bem preparado no portão.
É só fazer uma rápida reflexão e nela visualizar nossos filhos, netos, enfim nossas pessoas queridas – lá na sala de aula, sentadas na carteira, atentas às aulas, alegremente socializando com os colegas e sentindo se protegidas, – que rapidamente mudamos de ideia.  Quais  desses pais que perderam os filhos no massacre do realengo, não chorarão o resto de suas vidas ao imaginar como poderiater sido diferente se tivesse guardas, ou melhor ainda, detector de metais no portão da escola? É uma ideia tão simples. Veja os bancos. Obviamente, que isso não garante totalmente a segurança, porém, minimiza os perigos.



Nossa opinião de liberdade é natural, se buscarmos a nossa formação comparada ao país democrático em que vivemos. Somos fruto, felizmente, de um país livre, após muitas lutas de protagonistas idealistas e corajosos, Essa liberdade é assegurada no Artigo 5°, XV, CF/88 “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;”
Entretanto, essa liberdade garantida em lei desde o nascimento, vem precedida de responsabilidades ou restrições da própria família ou do poder do Estado, no caso das crianças e adolescentes, enquanto não têm maturidade biopsicossocial não podem exercitar essa liberdade total, ou seja, a própria Lei retira essa autonomia em caráter protetivo, considerando a fragilidade dessas crianças frente aos perigos da vida.  Ainda na CF/88 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Dessa forma responsabilizamos aqui o Estado pela garantia de segurança e de atendimento psicológico ao nosso alunado.
Quanto aos ideais de liberdade, precisamos mudar esse conceito, pois nenhum de nós está capacitado para lidar com mentes humanas, não podemos prever a intenção do ser humano, especialmente dessas mentes que agem friamente, traçando detalhadamente e a longo prazo seus planos macabros.
Precisamos sim, de segurança em nossas escolas. Pense bem, não é função do diretor, tampouco do coordenador ficar no portão, também não e do secretário escolar e, não temos, pelo menos escolas públicas, vigias no diurno. Então, de quem é a responsabilidade?
Precisamos ainda de psicólogos nas escolas. Hoje não temos psicólogos atendendo integralmente nas escolas públicas, porque conforme Fundo de Desenvolvimento de Educação Básica (Fundeb),  esse atendimento faz parte de programas suplementares e, portanto, não deve ser custeado com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino. Até aí é compreensível, o que não dá para compreender são os gestores municipais, insistirem em “não enxergar” que podem pagar esses profissionais com outros recursos. O secretário da Educação é impedido por Lei e o Secretario da Saúde tem parcos recursos. E assim ficam nesse jogo de empurra.
Atualmente, muito raramente, temos psicólogos nas escolas públicas, dividindo sua mínima cara horária com pacientes dos dois sistemas: saúde e educação e, grifo aí, pagos pela Saúde, e por isso, com carga horária fixa na saúde.
Conforme Vygotsky (...) sou a favor dos psicólogos práticos, a favor do trabalho prático e, portanto, em sentido amplo, a favor da ousadia e do aprofundamento de nosso ramo da ciência na própria vida. (Vygotsky,1968)
Enquanto isso, os profissionais da educação e os pais dos alunos pagam o preço mais alto, o da vida de seus alunos e filhos. Sabemos que a combinação da segurança e atendimento psicológico aos alunos pode se  evitar muitos problemas futuros e ajudar muitas crianças e jovens se compreenderem, compreenderem suas famílias, conviver em paz na sociedade e serem mais felizes.
A atuação diária do psicólogo ajudará também os docentes que precisam de orientação de como lidar com o desenvolvimento humano, fazendo um elo entre teoria e prática.
Parece absurdo, mas com medidas simples e baratas evitaríamos  muitas tragédias, e, nós, profissionais da educação, que assistimos e enfrentamos problemas afetivos dentro das escolas todos os dias, sabemos o quanto  melhoraria o sistema da educação se tivéssemos políticas públicas voltadas para atendimento total de nossos alunos. Todavia, nossa voz nunca é ouvida. Com isso, não quero dizer que somos salvadores da pátria, nem queremos esse responsabilidade, – pois já andamos tortos de tanto peso nos ombros – apenas  que podemos ajudar, afinal fazemos parte da classe pensante desse país.
Somos nós que ficamos 800 horas anuais com essas crianças e jovens e, portanto, os conhecemos muito bem, porque,  muitos deles se abrem mais conosco de que com os próprios pais, daí a termos segurança para afirmar que psicólogos nas escolas, assegurados por lei, para atender todos os dias, tal qual nós, docentes, minimizará os problemas de afetividade, relacionamento, bullyng e, consequentemente, qualidade de ensino e de vida.
Garantida a segurança prévia nas escolas, poderemos continuar com nossos projetos de democracia, universalização do ensino e igualdade de oportunidades, dando tranquilidade aos pais e sucesso às nossas ideias de liberdade, garantida com dor, suor e sonhos na Constituição Cidadã.
Profª: Coraci Machado Araújo – Pedagoga e Especialista em Gestão Escolar
-->O Gestor: Ser e Proceder


Considerações com as situações mais conflitivas.

Considero que a maior dificuldade do gestor é conduzir a equipe da escola em um clima escolar de harmonia, compreensão, respeito, compromisso profissional e solidariedade ao grupo. Penso que o perfil do diretor se faz, especialmente, nessa diretriz. É preciso saber conviver, negociar, comandar (saber dizer sim ou não com a seriedade que a educação formal exige) ou ser sensível com os problemas de um membro da equipe se for necessário.

Sou observadora ao extremo e, quanto a minha profissão, observo mais ainda. Gosto de refletir sobre as ações e consequências das atitudes e vivências escolares. No meio escolar no qual convivo, tenho notado que o maior entrave para a nossa tão almejada qualidade de ensino, é exatamente a forma do gestor conduzir sua equipe. Alguns duros(ditadores) demais, outros light (democráticos) demais. Não há equilíbrio nas atividades-meio do diretor (direção, serviços de secretaria, assistência ao escolar e atividades complementares[...] ), e, portanto, não há condições para que atividade-fim, representada pela relação ensino-aprendizagem que se dá predominantemente (mas não só) em sala de aula (PARO 1998, 303) se efetive no dia a dia escolar. 

Obviamente, que se a escola não acontece internamente, externamente, com a comunidade escolar ao seu entorno, especialmente com pais, fica bem mais complicado.

O gestor que não tem pique para lidar, por exemplo, com a indisciplina na escola, não conseguirá lidar com o corpo docente, nem tampouco com os pais e consequentemente com o alunado. Pois, para ter esse “controle” o primeiro item da lista é conhecer o aluno. É desse conhecimento, desta base de amizade que chegamos à qualidade de ensino, ao professor satisfeito e ao respeito e respaldo dos pais.

PLANO DE AÇÃO

Objetivo – Manter a equipe (docentes, técnicos e apoio) alegre, participativa, confiante e comprometida com as ações da escola. 

O GESTOR

Especificamente

Diretor e Coordenador 

Como deve ser   e  Como deve proceder

1- Educado

saber atender (conversar, negociar com pais, alunos, equipe e sistema 

2- Negociador

Negociar com todos, inclusive com o sistema, com visão de gestor ancorada em três eixos: a descentralização, a autonomia e a liderança escolar (FONSECA, 2004 et al., p. 53). É preciso estar sempre bem informado, ler muito sobre educação. Administrar com um olhar sensível, amplo, firme, porém com visão de liberdade. “Para pisar no solo do alunado”

3-Pesquisador

Conhecer o financiamento da educação (FUNDEB, valor aluno, merenda, FNDE, etc) para falar com propriedade, convicção.

4- Descer do muro

Conhecer a política (partidária) do município) Pois conforme Paulo Freire é inadmissível um educador dizer que “é neutro, neutralidade em política não existe, você é, ou não é”. Portanto, um gestor com argumentos tem que descer do muro.

5-Administrar o tempo

Ter (fazer) tempo para os professores Se o gestor está saindo correndo para uma reunião e um professor o interpela dizendo que precisa lhe falar...Pare, e o atenda. Não deixe para depois. Pode ser tarde demais. 

6- Saber gerir “gastar os recursos

Manter material didático/pedagógico Estar atento às atividades (à aula, a prática, ao fazer pedagógico) dos professores. Esta é uma forma de quase adivinhar o que os profs precisam.

7- Saber construir grupos

Trabalhar “juntinho” com os professores e ter atitudes, efetivar ações que “provoca” respostas do grupo Uma boa gestão precisa ser direcionada para um itinerário que todos sabem onde vai dar. Por isso, Diretor e Coordenador precisam falar a mesma língua, se respeitar. Afinal, esse é o principio da ética na escola.

8- Compreender a Democracia

Não confundir democracia com bagunça O bom gestor é aquele que sabe dizer sim ou não na hora e medida certa. Às vezes o professor prefere um “não”, seguro, argumentado, de que um “talvez” ou uma enrolação.

9- Conhecer a comunidade escolar

Conhecer o alunado e os pais da escola Chamá-los pelo nome, seja para repreender ou elogiar. Pois aluno não é número e nem cliente. Os pais são nossos aliados, não nossos inimigos

10- Conhecimento X Informação

Ser o meio mais importante de comunicação entre professores, alunos e, especialmente pais. Ter na sala dos professores uma lousa onde são deixadas escritas todas as novidades e recados da escola e nesta meta de informação é preciso lembrar-se dos pais – que perdidos com as inovações da educação, não compreendem mais nossas instituições, organização e proposta curricular - e talvez, por isso, não participam das atividades como gostaríamos. Daí a importância de mantê-los informados e convidá-los à parceria.
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Profª Coraci Machado
Fonte: Educação e Liberdade
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 Papel da avaliação nas políticas educacionais na gestão da escola
As avaliações dos sistemas de ensino, mesmo com a expectativa, de apontar as soluções para todos dramas da educação: “apenas” apontam os problemas e não os resolvem (VIANNA, 2003, p. 10).   O que a avaliação faz é identificar aspectos da prática pedagógica já desenvolvida e mostrar de que forma essa prática tem ou não problemas e estabelecer perfis pedagógicos mais ampliados, por estados ou por regiões geoeducacionais.
Ou seja, a prova aplicada aos alunos através do Sistema de Avaliação da Educação Básica SAEB, 
por exemplo, em matemática ou língua portuguesa pode não estar adequada quanto ao conteúdo e quanto à forma em que o conteúdo foi trabalhado nas diferentes salas de aula do Brasil.  “As escolas não têm clareza sobre onde devem chegar e, muitas vezes, nem sabem de que bases partem” (idem, ibidem).  
Conforme Relatório Nacional do Sistema de Avaliação do Ensino Básico de 1990 (1991, p. 7), pretende-se, com o estudo de rendimento dos alunos, “detectar, primeiramente, os problemas de ensino-aprendizagem existentes e, em segundo lugar, determinar em que condições (de gestão, de competência docente, de alternativas curriculares etc.) são obtidos melhores resultados e que áreas exigem uma intervenção para melhorar as condições de ensino”. Para tanto, além de medir o desempenho escolar, o SAEB coleta informações sobre características dos alunos, professores e diretores, bem como das condições físicas e equipamentos das escolas.
Um instrumento de medida (...) pode ser válido para um curso, mas não para outro. Pode ser válido para um currículo, mas não para outro; para um professor, mas não para outro, inclusive, pode ser válido para uma escola, mas não o ser para outra instituição (VIANNA, 2003, p. 34).
E mais particularmente sobre o uso indiscriminado de escalas padronizadas nacionalmente:
Será razoável colocar centenas de milhares de sujeitos em uma única escala (...), ignorando completamente a diversidade social, econômica, cultural e educacional dessa população e as distorções que influenciam a caracterização dos vários índices de desenvolvimento humano? Não seria razoável (...) construir normas diferenciadas por regiões, levando em conta a diversidade das características individuais? (VIANNA, 2003, p. 56-57).
A avaliação standardizada, centrada no desempenho do aluno, pode levar a efeitos perversos no contexto da própria organização da escola, na medida em que ao centrar os testes nos alunos pode incentivar práticas de exclusão na escola:

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Democracia X Compromisso

Gestão Escolar Democrática, Sim. Porém Com Compromisso!
A forma de administração da grande maioria das escolas são administrações tipicamente públicas, principalmente, no que se refere ao compromisso profissional. Todos os servidores trabalham somente a carga horária do plano de carreira.  É mais fácil encontrar servidores que trabalham menos, de que mais. Têm alguns deles que esperam para tocar o sinal em pé na porta de saída. A prática pedagógica também não foge à regra. Não há compromisso com o saber do aluno, mas sim com o cumprimento burocrático da rotina escolar, tipo: diários, registro de conteúdos e notas. 
Há alguns anos trabalhei em uma escola que um mês antes do final do ano letivo, já tinha professores com o diário pronto, inclusive, com a lista de aprovados e reprovados. Imagine, qual foi à oportunidade/crédito que esse professor deu ao aluno em respeito ao seu tempo escolar.
Penso que a qualidade de ensino de  qualquer escola melhorará consideravelmente, se for administrada mais profissionalmente, adotando a relação patrão/empregado. Hoje em dia, o que se vê é concurseiro querendo uma vaga em emprego público, nesse caso é bem emprego mesmo e bem menos trabalho, pois a grande maioria só quer sombra e água fresca. É por isso, que a educação vai tão mal. Quero deixar claro que não sou contra Gestão Democrática, muito pelo contrário, sou sindicalista/petista e apaixonada por liberdade, porém, liberdade não é sinônimo de bagunça, farra. 
Os profissionais da educação precisam enxergar, se responsabilizar e se envergonhar dos índices que ocupamos no item qualidade de ensino. Precisamos assumir esses resultados como nossos produtos. Afinal, os resultados dos vestibulares, do ENEN, da Prova Brasil, do Pisa e tantos outros, são nossos. Não é possível um professor passar 200 dias letivos com um aluno e não conseguir ensiná-lo ler, não conseguir fazer uma diferença positiva em sua vida. Não conseguir incluí-lo em uma sociedade que pouco faz para ajudá-lo subir as difíceis escadas do mundo letrado, da universidade. Nessa peneira fina, conforme diz meu velho pai, que é garimpeiro e é dono de uma rara sabedoria, “só fica diamante puro, verdadeiro”. E ser diamante  na atual sociedade excludente, não é para qualquer um.
Obviamente, que muitos outros fatores fazem parte dessas estatísticas, desde a família, o Estado, até a injusta distribuição de renda. Entretanto, nós, docentes, precisamos assumir a parte que nos toca nesse latifúndio.
Só existe uma diferença bem grande para não dar certo numa empresa – escola em relação à administração pública e, que eu, particularmente não aceitaria. É a relação patrão empregado, na questão direito de greve. Na iniciativa privada funcionário que não está satisfeito com questões salariais e/ou de plano de carreira em uma administração empresarial, se reivindicar melhorias e o patrão não puder oferecer, não tem reclamação por parte do empregado e se houver com certeza a resposta do empregador será dizer que lá fora há uma grande fila de candidatos à espera de uma vaga. Enquanto que na administração pública o empregado faz sua reivindicação com direito à greve, garantida constitucionalmente. E desse direito não podemos abrir mão. Porém, nem por isso vamos deixar de cumprir com nossas obrigações. Ou então, com que moral, faremos greve?
Portanto, para a educação dar certo não é preciso fazer nenhuma receita mirabolante. Basta cada um assumir sua culpa e, se não der para corrigi-la, e só começar tudo de novo, mais agora pra valer! Com compromisso, responsabilidade, ética, democracia, inclusão social e acima de tudo respeito aos filhos desta pátria, os quais em sua grande maioria são procedentes de famílias desestruturadas, semianalfabetos e de baixa ou nenhuma renda.

Profª Coraci Machado
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