Em Bom Jesus do Araguaia – MT, a
escolha dos dirigentes escolares é feita através do voto da comunidade escolar,
tanto rede estadual quanto na municipal.
O processo de democratização da
escolha de diretores tem contribuído para se repensar a gestão escolar e o
papel do diretor. Há uma tendência crescente de entender o diretor como líder
da comunidade e como gestor público da educação, porém, o que percebemos hoje,
são diretores muito comprometidos com o administrativo da escola e
esquecendo-se do pedagógico.
O que encabeça o plano de ação do
diretor é o pedagógico, no entanto, é comum passar os dois anos dos diretores
sem estes se envolverem com a qualidade de ensino do alunado. Há uma lista de
cobranças, entretanto, não há estratégias e nem apoio logístico e moral para se
alcançar tais metas em parceria com a equipe de docentes.
A beleza das palavras Gestão
Democrática nos causam desejo e até certeza de conquistas de liberdade, mas é preciso
tomar cuidado para que esta “liberdade” não fique só no voto e sim nas ações e
comportamentos de todos durante toda a gestão escolar. Paro afirma que “parece
que o diretor consegue perceber melhor, agora, sua situação contraditória, pelo
fato de ser mais cobrado pelos que o elegeram. Esse é um fato novo que não pode
ser menosprezado. À sua condição de responsável último pela escola e de
preposto do Estado no que tange ao cumprimento da lei e da ordem na instituição
escolar, soma-se agora seu novo papel de líder da escola, legitimado
democraticamente pelo voto de seus comandados, que exige dele maior apego aos
interesses do pessoal escolar e dos usuários, em contraposição ao poder do
Estado. Isto serviu para introduzir mudanças na conduta dos diretores eleitos,
que passaram a ver e atender as solicitações de professores, funcionários,
estudantes e pais” (PARO, 2001, p. 69).
A escola está fora de seu eixo que
conduz ao trilho certo, porque há tanto discurso em qualidade e pouco se faz
para alcançá-la. Coisas simples como ler/compreender e escrever não são dadas a
devida atenção na escola. Nossos alunos do Ensino Fundamental são analfabetos
funcionais. Não compreendem as atividades da escola, no entanto, compreendem
muito bem o mundo além dos muros da escola. Não raro, nos dão shows de
conhecimento e espertezas.
Daí, que eu pergunto: que paradoxo é esse que nosso aluno não compreende o simples que explicamos e entende o complicado lá fora sem ninguém explicar? Ou será que é porque não explicamos? Seria a relação professor/aluno? A simpatia? O compromisso tanto do aluno quanto do professor? A disciplina/respeito?
A Gestão Democrática, precisa se reafirmar e pisar no solo da responsabilidade “qualidade de ensino”. Caso contrário não haverá o porquê desta liberdade. Conforme Paulo Freire: “De nada adianta o discurso competente se a prática é impermeável à mudança.”
Daí, que eu pergunto: que paradoxo é esse que nosso aluno não compreende o simples que explicamos e entende o complicado lá fora sem ninguém explicar? Ou será que é porque não explicamos? Seria a relação professor/aluno? A simpatia? O compromisso tanto do aluno quanto do professor? A disciplina/respeito?
A Gestão Democrática, precisa se reafirmar e pisar no solo da responsabilidade “qualidade de ensino”. Caso contrário não haverá o porquê desta liberdade. Conforme Paulo Freire: “De nada adianta o discurso competente se a prática é impermeável à mudança.”
Profª Coraci Machado
Fonte: Educação e Liberdade